Não saber como sair das dívidas é a realidade de muitos brasileiros.
Em 2023, o número de famílias endividadas continua elevado, chegando a 77,8%, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
É a primeira queda em quatro anos, e o patamar continua muito alto, considerando a redução de apenas 0,1 ponto percentual.
Se essa também é a sua realidade ou você está receoso de que a sua situação financeira possa virar uma bola de neve e deseja se prevenir quanto a esse problema, este artigo pode ajudar.
Afinal, qualquer pessoa pode sair das dívidas e mudar esse cenário.
Avance na leitura e descubra como!
Como sair das dívidas? 25 dicas para virar o jogo
Sem mais delongas, veja agora mesmo como você pode vencer as dívidas a partir de medidas e atitudes que estão ao alcance de todos.
Em 25 passos, saiba como virar esse jogo e tomar as rédeas das suas finanças.
1. Comprometa-se com a mudança
O primeiro passo – e também um dos mais importantes – é demonstrar genuinamente o desejo de mudar a sua realidade financeira.
É claro que somente isso não basta, mas essa postura é fundamental, pois é a partir dela que se começa a reverter o quadro da inadimplência.
2. Conheça a sua realidade financeira
Agora que você está comprometido a transformar esse cenário ruim, chegou a hora de se debruçar sobre o problema.
Coloque na ponta do lápis quais são suas dívidas e procure organizar esses débitos a partir de uma hierarquia de importância.
3. Realize um diagnóstico financeiro
Após conhecer quais são suas dívidas e seus valores reais, assim como os juros e os prazos, você deve começar a analisar possibilidades.
Avalie o seu orçamento e suas principais fontes de renda e veja de que forma atacar o problema.
4. Tenha tudo documentado
Um dos maiores segredos da educação e da saúde financeira é o controle.
Por isso, após essas etapas iniciais de diagnóstico, o próximo passo é documentar tudo que você fizer daqui para frente.
Tenha sempre anotadas as movimentações financeiras para que nada passe batido.
5. Priorize o pagamento das dívidas
Defina como principal objetivo financeiro o pagamento das dívidas.
Quando se estabelece uma prioridade, fica mais fácil orientar suas tomadas de decisão.
Por exemplo, ao considerar fazer uma compra por impulso, você vai pensar duas vezes antes de cometer esse erro, podendo assim destinar seu dinheiro para quitar seus débitos.
6. Corte gastos desnecessários
Dentro do cronograma de priorização para pagar dívidas, deve haver um esforço para enxugar despesas.
Pequenos luxos precisam ser deixados de lado por um tempo para que o objetivo principal seja atingido.
7. Consuma de forma consciente
Você quer aprender como sair das dívidas, mas há um limite no corte de gastos.
Isso porque existem despesas que não podem ser eliminadas, como supermercado, luz e água.
Então, a dica aqui é poupar e tentar consumir de maneira um pouco mais consciente.
No supermercado, uma medida que ajuda muito é jamais fazer compras sem uma lista.
Assim, você consegue estipular um teto e não ser pego de surpresa com compras que não estavam nos planos.
Para luz e água, a dica é simples: fechar torneiras, apagar luzes e desligar aparelhos quando não estiver usando.
8. Tente contratos melhores com as empresas de consumo
Além de consumir de forma mais consciente e tentar baixar o valor das despesas fixas, negociar com empresas de telefonia e televisão por assinatura, por exemplo, pode ser uma boa saída para descolar bons descontos e sobrar mais dinheiro ao final do mês.
9. Busque fontes de renda alternativas
Para que você tenha um pouco mais de respiro financeiro e sobre mais dinheiro para honrar seus compromissos, vale pensar em fontes alternativas de renda.
Os chamados “bicos” e mesmo algumas horas extras no trabalho já podem ajudar.
Há diversos sites que oferecem trabalho freelancer em áreas como marketing digital, design e até serviços domésticos.
10. Inclua toda a família no objetivo
Não basta somente você estar comprometido em deixar as dívidas para trás.
Todos os membros da família também precisam fazer a sua parte para que o objetivo possa ser alcançado mais rapidamente.
Esposas e maridos precisam somar forças, controlando gastos com o cartão de crédito, por exemplo.
O mesmo vale para os filhos, que precisam estar conscientes da necessidade de poupar.
11. Invista em conhecimento
Estudar sobre educação financeira também é uma maneira inteligente de tentar sair das dívidas.
Afinal, ler e ouvir especialistas no assunto é sempre útil para desenvolver hábitos mais saudáveis e atingir seu propósito com mais facilidade.
12. Evite compras parceladas
Para quem já não tem um controle orçamentário muito forte, vale evitar certos hábitos que minam as finanças.
As compras parceladas, por exemplo, também são dívidas em curto prazo que, se somadas às suas outras obrigações, podem virar uma verdadeira bola de neve.
13. Use o cartão de crédito com moderação
Outro hábito que exige cuidado extremo são as compras realizadas com o cartão de crédito.
Além do fator já mencionado das aquisições parceladas, as taxas de juros do crédito rotativo são umas das mais caras praticadas pelo mercado.
Não tem como sair das dívidas se você aumentar o comprometimento da renda, a começar pelo cartão.
14. Estude os contratos com credores
Muitos contratos já preveem condições especiais em caso de descumprimento de um prazo.
É importante estar ciente desses termos até para verificar se não existe nenhum tipo de irregularidade ou cobrança abusiva.
15. Escalone suas dívidas
Ainda que o seu objetivo seja o pagamento de dívidas, você pode estar se perguntando qual pendência quitar primeiro.
Normalmente, utilizam-se dois critérios: urgência (débitos de serviços essenciais) e valor (obrigações com juros mais altos).
16. Troque dívidas mais caras por mais baratas
Levando em conta esse escalonamento de dívidas, às vezes vale a pena você contrair uma nova obrigação para quitar uma antiga mais cara.
É o que chamamos de novação de dívida, que nada mais é do que trocar um débito com uma taxa de juros maior por uma menor.
Essa prática é muito comum em créditos consignados e empréstimos bancários.
17. Compare as condições
Analisar as opções é quase obrigatório para quem pretende sair das dívidas.
Na hora de fazer a portabilidade de crédito, é importante comparar as condições oferecidas pelas principais instituições financeiras e optar por aquela que ofereça os termos que caibam melhor no seu bolso.
18. Negocie suas dívidas
A portabilidade de crédito e a novação de dívida não deixam de ser uma forma de negociar suas dívidas, mas não é a única.
Você pode buscar esse entendimento com o próprio credor e tentar encontrar um denominador comum que fique bom para as duas partes.
19. Faça uma proposta dentro da sua realidade
A solução mais comum em uma negociação de dívidas é aumentar o parcelamento do débito, de modo que as prestações fiquem mais baixas e caibam no bolso do devedor.
No entanto, antes de fazer ou aceitar essa ou outra proposta, você deve avaliar se ela, de fato, adequa-se à sua realidade.
20. Demonstre interesse em resolver suas pendências
Não há como sair das dívidas sem disposição para isso.
Durante a interação com o credor, apresente soluções para que ele sinta que você está realmente interessado em honrar com seus compromissos.
Isso vai facilitar a sua negociação e, quem sabe, dar uma certa margem para a barganha.
21. Programe-se para não assumir novas dívidas
Com seus débitos negociados e organizados, é o momento de se prevenir contra futuros endividamentos.
Construir uma reserva de emergência para não precisar recorrer a empréstimos abusivos quando algum imprevisto acontecer é uma saída inteligente.
Você pode, por exemplo, destinar parte do valor poupado em algum fundo de investimento para aumentar esse rendimento.
22. Habitue-se a registrar tudo
Quem vive de salário precisa também criar o hábito de registrar seus gastos na hora em que eles acontecem.
Assim, você desenvolve uma noção melhor do preço das coisas, o que no longo prazo faz com que o comportamento impulsivo de comprar seja dominado.
Faça isso montando um fluxo de caixa pessoal, que já mostramos como fazer aqui no blog.
23. Faça cálculos e ajustes
Orçamento não é uma peça estática.
Mensalmente, você precisará fazer ajustes, alterar valores e, em alguns casos, diminuir ou aumentar o orçamento para certas categorias.
Uma maneira de fazer isso com mais assertividade é consultar os registros de orçamentos anteriores, a fim de comparar.
Por exemplo: ao montar o orçamento de fevereiro deste ano, você pode checar o orçamento desse mesmo mês no ano passado, para ter uma referência.
24. Limite o seu nível de endividamento
Endividamento é um conceito que mede quanto do orçamento está comprometido com o pagamento de contas.
Em geral, recomenda-se que esse comprometimento não deve exceder 40% do total dos seus ganhos.
Se você está acima desse valor, procure formas de cortar gastos, até que sobre 60% dos seus rendimentos ou algo perto disso.
25. Planeje sempre
A consciência financeira que você desenvolver a partir da prática dessas dicas fará com que sua capacidade de se planejar melhore.
Com o tempo, você vai estar tão habituado a fazer isso que, quando se der conta, estará buscando maneiras de gastar menos quase no “automático”.
Vale a pena pedir empréstimo para pagar dívidas?
Como vimos, uma das opções para reduzir o impacto das dívidas no orçamento é a novação.
Para que essa medida ajude, é preciso estar de olho nas taxas de juros, encargos e condições de pagamento.
Em outras palavras: jamais troque uma dívida por outra se, no total, o valor final a ser pago for maior.
Tem como sair das dívidas e guardar dinheiro ao mesmo tempo?
Sim, é possível deixar o endividamento para trás e, ao mesmo tempo, guardar algum dinheiro.
Para isso, você precisará aumentar a disciplina em relação aos seus gastos, colocando em prática as medidas que vimos aqui.
Lembre-se: para que o dinheiro seja um instrumento de liberdade, você precisa aprender a controlar o uso que faz dele.
A importância de negociar para sair das dívidas
Não há dúvidas de que a negociação de dívidas é o melhor caminho para vencer a inadimplência.
Com ela é possível, entre outras vantagens:
- Encontrar o prazo adequado para quitar seu débito (número de parcelas ideal)
- Definir um valor da prestação que seja mais acessível
- Baixar a taxa de juros mensal
- Pagar um montante mais baixo.
Para que esses benefícios fiquem um pouco mais evidentes, vamos a um exemplo prático.
Imagine que você fez um empréstimo no banco no valor de R$ 130 mil.
No ato da contratação do serviço, ficaram definidas as condições de taxa de juros de 4,5% ao mês, parcela fixa de R$ 7.358,75, e montante a ser pago em três anos.
Se você colocar todos esses números na ponta do lápis, vai chegar à conclusão de que o total da sua dívida ficará em R$ 264.915,00 – ou seja, você pagará 203% do valor emprestado.
Você precisava do dinheiro e aceitou os termos.
No entanto, com o passar do tempo, o empréstimo se mostrou impagável nessas condições.
Então, você procura o banco para renegociar a sua dívida.
É comum nesses casos fazer simulações de portabilidade com outras instituições financeiras para mostrar que existem opções mais vantajosas no mercado.
O banco, pressionado para não perder um cliente importante, tende a aceitar um acordo que agrada às duas partes.
Depois de muita conversa, chega-se a um denominador comum: o mesmo valor (R$ 130 mil), no mesmo prazo (três anos), mas com uma taxa de juros menor, de 2,5% ao mês, e uma parcela igualmente mais baixa, de R$ 5.518,70.
Nesses moldes, o montante da sua dívida ficaria em R$ 198.673,20.
Ou seja, uma economia de mais de R$ 66 mil.
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