Um consumidor endividado é ruim para todo mundo.
Para quem tem dívidas, claro, é uma condição para lá de indesejável e que compromete até o orçamento doméstico.
É ruim também para o comércio, bancos e até para o governo, considerando que uma pessoa endividada fica limitada em suas relações de consumo.
Leia o texto até o fim para entender o que acontece nessa situação e como voltar a respirar financeiramente.
O que significa estar endividado?
Estar endividado é uma condição de incapacidade de honrar os compromissos financeiros.
Caracteriza-se por um certo acúmulo de pagamentos que, ao não serem cumpridos, constituem um montante acima da capacidade de pagamento da pessoa ou da família.
A propósito, ter dívidas não é privilégio de pessoas físicas, já que governos também podem se endividar.
A dívida pública é ainda mais dramática já que, segundo a ONU (em inglês), há países que gastam mais pagando juros de dívidas do que investindo em saúde e educação.
E com você, acontece algo parecido?
Qual é a diferença entre endividado e inadimplente?
A diferença entre inadimplente e endividado está na forma como a pessoa lida com suas dívidas.
Uma pessoa que tem um financiamento de um carro e uma hipoteca para pagar é certamente endividada porque tem compromissos financeiros pesados.
Se ela deixar de honrá-los, passará a ser não só endividada, como inadimplente.
Logo, um inadimplente é alguém endividado que, por algum motivo, deixou de pagar suas dívidas.
O que acontece com quem está endividado?
Ainda que não seja um crime ou um tipo de contravenção, a inadimplência gera consequências negativas, podendo inclusive ser julgada na esfera penal.
Na maioria dos casos, trata-se de uma condição de irregularidade pecuniária punida na esfera administrativa.
A primeira das punições aplicáveis é a inclusão do nome e CPF do inadimplente nos cadastros do birôs de crédito, como o SPC/Serasa.
A pessoa também tem o seu score de crédito reduzido, além de ficar impedida de acessar alguns serviços financeiros e até de fazer alguns concursos.
Estou endividado: o que fazer?
O endividamento é gerado sempre pela falta de controle e disciplina sobre os gastos pessoais e familiares.
Porém, é uma situação que sempre tem solução, por mais difícil que seja.
Desde que você esteja pronto para tomar algumas medidas e disposto a mudar certos hábitos, é possível reverter essa condição e voltar a ter saúde financeira.
Veja a seguir como conseguir isso.
Avalie sua situação financeira
Não se luta contra um inimigo que não se conhece.
Acontece o mesmo quando estamos endividados.
Antes de tudo, é preciso saber exatamente o tamanho da dívida e para quem se deve.
Por isso, ao analisar as suas dívidas, procure saber o valor, a taxa de juros em cada uma delas e os prazos de pagamento.
Crie um orçamento
Ao conhecer a real extensão das dívidas, é possível dimensionar a nossa própria capacidade de pagamento para quitá-las por meio de um orçamento.
Por exemplo: José apurou que deve um total de R$ 5 mil, mas a sua receita mensal é de R$ 2 mil, com gastos mensais de R$ 1,5 mil.
Nesse caso, José poderia parcelar sua dívida a partir de 10 vezes ou mais, aproveitando os R$ 500 que sobram.
Priorize suas dívidas
Nem todos são como José, que ainda desfrutam de uma certa folga no orçamento doméstico.
Para boa parte dos endividados, o pagamento dos débitos requer uma abordagem ainda mais cuidadosa e estratégica.
Uma dessas estratégias é concentrar-se em pagar as dívidas com as maiores taxas de juros primeiro, enquanto faz pagamentos mínimos nas outras.
Renegocie as dívidas
Um dos equívocos cometidos por uma parte das pessoas inadimplentes é tentar “se esconder” de seus credores.
Trata-se de um erro, porque quem tem dinheiro a receber está quase sempre disposto a negociar.
Esse é o próximo passo depois de fazer sua análise e montar um orçamento: entrar em contato com os credores e negociar taxas de juros mais baixas, prazos de pagamento estendidos ou planos de pagamento mais flexíveis.
Evite contrair mais dívidas
Sair do endividamento demanda alguma disciplina, o que soa até contra intuitivo para quem se encontra nessa condição.
Um esforço difícil, mas não impossível, e que começa justamente pelo levantamento das dívidas e da montagem do orçamento.
Considere a consolidação de dívidas
A vitória sobre a inadimplência requer, como vimos, uma abordagem estratégica.
Uma das estratégias possíveis é optar pela consolidação das dívidas.
Nesse caso, o que se faz é unificar as dívidas em um único empréstimo com uma taxa de juros menor, de modo a facilitar o pagamento em uma condição vantajosa.
Busque ajuda
Há situações em que a pessoa simplesmente não consegue parar de se endividar, a ponto de comprometer sua própria subsistência.
Se for o seu caso, considere a ajuda de um profissional de finanças, um consultor de crédito ou mesmo terapia e grupos de ajuda mútua.
Aprenda sobre finanças pessoais
Não se pode lidar com o próprio dinheiro de maneira emocional.
É dessa forma que grande parte dos endividados se torna inadimplente, quando passa a consumir por impulso.
São pessoas que precisam de uma atenção especial e um foco maior na educação sobre gestão financeira e planejamento para evitar futuras dívidas.
O que diz a Lei do Superendividado?
Em 2021, foi sancionada a Lei 14.181/21, com o objetivo de proteger brasileiros considerados superendividados e para reduzir os impactos da crise econômica pós-pandemia.
O que basicamente essa lei traz de novo é uma capacidade maior de renegociação de dívidas, enquanto impõe limites para as instituições concederem crédito.
É diferente da Lei de Recuperação Judicial, já que esta é voltada às empresas, enquanto a Lei do Superendividado é para pessoas físicas cujas dívidas comprometam sua subsistência.
Quais os direitos do consumidor endividado?
Embora sempre existam os casos de má fé, nem sempre uma pessoa endividada se torna inadimplente de forma deliberada.
Visando proteger as boas relações de consumo e colocar limites nas ações de cobrança, existem direitos que precisam ser observados em relação ao endividado:
- Ser notificado antes de ter o nome inscrito nos birôs de crédito
- Limites na eventualidade de uma penhora de bens
- Livre arbítrio para recusar propostas
- Ter o nome limpo depois de quitar uma dívida
- Abordagem humanizada e sem constrangimentos por parte do credor
- Transparência nas informações sobre taxas e juros
- Cobranças somente em dias e horários permitidos por lei.
Empréstimo para endividado vale a pena?
Vimos que uma das estratégias para se livrar das dívidas é recorrer a um novo empréstimo.
Trata-se de uma opção que beneficia a pessoa inadimplente, desde que os juros do novo empréstimo sejam menores que os juros da soma de todas as dívidas.
Há ainda a vantagem de poder pagar todos os débitos à vista, o que pode render descontos extras.
Existem diversas linhas de crédito com essa finalidade, mas uma alternativa indicada nesse caso é o empréstimo consignado, cujas taxas de juros são menores.
É o que fazem, por exemplo, servidores públicos ou pessoas que tenham bens como veículos ou imóveis para dar como garantia.
Como negociar e pagar as suas dívidas com desconto?
Outra opção para conseguir pagar as dívidas com desconto é utilizar os serviços de um portal de negociação.
Na Adimplere, funciona assim: você entra no nosso site, localiza todas as suas dívidas e faz um plano de parcelamento ou para pagar à vista com descontos de até 95%.
