Você já ouviu falar em portabilidade de dívida?
Essa é uma alternativa procurada por consumidores endividados com uma instituição financeira e que desejam melhores condições para pagar suas dívidas.
Mas será que a portabilidade é sempre a melhor opção? Afinal, quais são as vantagens e os pontos de atenção dessa estratégia?
Neste texto, vamos responder a essas perguntas para esclarecer o que é a portabilidade de dívida e quando vale a pena fazer.
Acompanhe!
O que é portabilidade de dívida?
A portabilidade de dívida é o processo de transferência de um débito que um consumidor tem em um banco para uma segunda instituição.
Esse segundo banco “compra” a dívida do primeiro banco credor, liberando um crédito para o correntista, que fica devendo para a instituição que fez a aquisição da pendência financeira.
Essa possibilidade foi criada em 2013 pelo Banco Central, que definiu todas as regras para a sua realização.
Como funciona a portabilidade de dívidas
Na prática, a portabilidade de dívidas funciona assim:
- Você tem dívida com uma instituição financeira e deseja rever as condições de pagamento
- Pesquisando, encontra uma opção melhor e decide migrar para outra instituição
- A partir da sua solicitação, o banco atual onde está a dívida deve transferi-la para a nova instituição escolhida
- Feita a portabilidade, você agora passa a pagar as parcelas devidas para o novo credor e nas novas condições acertadas.
A portabilidade de dívida pode ser feita a qualquer momento, mesmo se você tiver acabado de contratar um empréstimo, por exemplo.
É preciso primeiro entrar em contato com a outra instituição financeira de seu interesse para verificar se ela oferece a portabilidade.
Para contratar, você deve entrar em contato com o banco credor (com o qual fez a dívida primeiro) e solicitar o extrato da dívida para quitação antecipada.
Algumas informações desse documento são:
- O saldo devedor
- O valor de cada parcela
- A taxa de juros anual.
Então, você precisa fornecer essas informações ao segundo banco, que vai avaliar e conferir os dados.
Depois, as informações são enviadas para a Câmara Interbancária de Pagamentos (CIP), que controla os pedidos de portabilidade.
A partir daí, a transferência da dívida pode ser autorizada.
Depois, o refinanciamento com os novos juros é feito pelo banco novo.
E vale esclarecer ainda que todo o processo de análise pode levar até 20 dias úteis.
➡️Leia também: Prescrição de dívida: o que diz a lei sobre prazos?
É vantajoso fazer a portabilidade de uma dívida?
Para decidir se fazer a portabilidade de uma dívida é a melhor opção, é preciso avaliar cada caso, porque há vantagens e pontos de atenção nesse processo.
Entre as vantagens, podemos destacar:
- Solução estratégica para sair das dívidas mais rapidamente
- Alívio da taxa de juros paga ao primeiro banco credor
- Aumento do prazo para o pagamento da dívida (dependendo das condições negociadas no novo banco).
E entre os pontos de atenção, destacam-se:
- Vendas casadas (alguns bancos podem cobrar várias taxas para o correntista fazer a mudança – se não tiver atenção a isso, pode acabar pagando mais do que o planejado)
- Se você está perto de quitar a dívida, não vale tanto a pena adotar a portabilidade (afinal, o processo de transferência pode demorar um pouco e envolver uma burocracia que, no final, não compensa em relação aos benefícios que oferece
- Se a taxa de juros oferecida pela nova instituição for a mesma do primeiro banco credor, não vale a pena fazer a mudança.
Ou seja, em teoria, a portabilidade é a transferência de dívida para um banco com taxas mais vantajosas.
Mas o correntista precisa ter atenção sobre se é isso mesmo que acontece quando de fato contratar a portabilidade.
➡️Leia também: Como sair do vermelho: 15 dicas para se livrar das dívidas.
Como fazer portabilidade de dívida
Agora que você já sabe o que considerar sobre a portabilidade de dívida, é hora de saber como contratá-la junto ao banco.
Separamos um passo a passo para você fazer a portabilidade com uma estratégia eficiente, se optar por essa alternativa:
- Decidir se a portabilidade é a alternativa certa para você (considerando as vantagens e pontos de atenção que listamos anteriormente)
- Avaliar as opções de portabilidade em diferentes instituições financeiras da sua região
- Avaliar e comparar as taxas de juros em cada instituição
- Identificar e analisar outras taxas envolvidas no processo (como taxa de abertura, de cadastro e de seguro)
- Olhar para o prazo de pagamento e compará-lo com o seu prazo atual, no banco com o qual você tem a dívida no momento
- Conversar com pessoas que já contrataram a portabilidade ou tem um contrato com a instituição financeira que você está considerando
- Ler todo o contrato (incluindo as letras miúdas) e verificar se as taxas e tarifas são aquelas acordadas com o banco.
Lembre-se de que a proposta do banco deve ter uma taxa inferior àquela que você paga no atual banco credor.
A soma das taxas também deve ser menor.
Então, verifique todos os valores cobrados durante o processo de mudança de dívida.
Uma dica é pedir a isenção das taxas para o banco com o qual você pretende fazer a portabilidade.
Para decidir a melhor instituição para o seu caso, procure fazer uma planilha com as suas opções, considerando os critérios “taxa” e “prazo” (e eventuais outras vantagens).
Com isso, você tem uma visão mais clara e objetiva das alternativas.
Quando falamos em pagar dívidas, é muito importante tomar uma decisão racional, que pode trazer um alívio financeiro para você.
A planilha de dívidas é uma ferramenta bastante útil nesse sentido.
Portabilidade ou negociação de dívidas?
Mesmo que a portabilidade reduza o valor da dívida, essa não é a única alternativa para pagar suas pendências financeiras.
Por exemplo, pode ser vantajoso entrar em acordo com o credor atual e negociar suas dívidas.
Inclusive, a negociação pode oferecer condições mais vantajosas do que a portabilidade.
Nesse caso, você não faz a mudança de dívidas para outra instituição financeira.
Em vez disso, mantém um contrato com o banco atual, mas negocia, por exemplo, novos prazos para o pagamento da dívida ou taxas melhores.
Por isso, é tão importante avaliar suas possibilidades para tomar a sua decisão.
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